O autor escolhido
de hoje foi José de
Alencar, dito como um dos maiores escritores do romantismo no
Brasil.
José Martiniano de
Alencar nasceu em 1° de maio de 1829 em
Messejana, Ceará. Seu pai, José
de Alencar (sim, ele era o Junior, rs...) queria seguir carreira política e
então levou toda a família para o Rio de Janeiro quando José de Alencar (filho)
tinha 10 anos. Ele estudou no Rio e foi para São Paulo fazer faculdade de
Direito, fez o terceiro ano da faculdade em Olinda, Recife e depois voltou para
São Paulo e terminou o curso. Após terminar o curso voltou para o Rio de
Janeiro, ufa!
No Rio ele começou
a advogar, passou a colaborar no “Correio Mercantil” e mais tarde foi chamado
para escrever os folhetins no “Jornal do Comércio”. Mas... você sabe o que é um folhetim? Bom, o folhetim era a parte do jornal
que continha pequenos contos, crônicas ou até trechos de romances . E foi nesse
folhetim que ele acabou se destacando. Ainda foi eleito várias vezes Deputado Geral
do Ceará várias vezes. Como nunca conseguiu se tornar senador, desistiu da política
e resolveu dedicar-se somente a literatura. Voltemos aos folhetins....
José de Alencar
tinha um sentimento de missão
patriótica, valorizava a língua falanda no Brasil e diferente da maioria dos
autores da época utilizou o índio e o sertão como tema de seus romances. Nos
folhetins ele começou a publicar O
Guarani e o sucesso foi tanto que mais tarde virou um romance, um dos mais
famosos de Alencar. Daí por diante
escreveu romances indianistas, urbanos, sertanejos. Foi um escritor que se
destacou por escrever de tantas formas diferentes de personagens e cenários.
Sua infância no Ceará e uma rapida passagem pelo sertão da Bahia se reflete em
suas obras.
Me lembro que em
minha época de faculdade eu o via como o maior descritor dos escritores. Ele descrevia
o ambiente, o clima, os traços dos personagens os cheiros. Confesso que para
mim era difícil ler, mas com o tempo enxerguei a beleza de cada palavra tão bem
usada por ele. Por exemplo a descrição da tão famosa Iracema, a virgem dos lábios de mel:
“Além, muito além daquela serra, que ainda azula
no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os
cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de
palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso;
nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.”
Deu pra entender agora porque ele era
tão famoso em suas descrições? Porque ele era o destaque do romantismo? Que
coisa mais linda!!! Quem hoje em dia descreve uma mulher assim???
Seu encanto não só pela lenda de
Iracema, mas pelo povo indígena fez com que ele transportasse a tradição
indígena para a ficção.
E sabe quem era fã de Alencar e se
inspirou nele? Machado de Assis! Sim, ele mesmo! Em 1866, um ano apos ser lançado
Iracema, Macahdo de Assis, em um artigo do Diário do Rio de Janeiro, fez
um elogio público a Alencar pelas suas obras. Era seu fã mesmo, tanto que em
1897 aos fundar-se a Academia Brasileira de Letras Machado escolheu José
de Alencar como patrono de sua Cadeira. Até hoje a cadeira de numero 23
pertence à ele que foi eleito como patricarca da literatura brasileira. Suas obras são de alta significação para a literatura
brasileira por sua originalidade, escrita, crítica, sugestões e soluções que
ofereceu.
Para você ter uma ideia do que é a Academia
Brasileira de Letras ela é composta de 40 membros que se tornam “imortais”.
“A Academia tem por
fim, segundo os seus estatutos, a "cultura da língua nacional", sendo
composta por quarenta membros efetivos e perpétuos, conhecidos como
"imortais", escolhidos entre os cidadãos brasileiros que tenham
publicado obras de reconhecido mérito ou livros de valor literário, e vinte
sócios correspondentes estrangeiros.
Para cada uma das
quarenta cadeiras, os fundadores escolheram os respectivos patronos,
homenageando personalidades que marcaram as letras e a cultura brasileira,
antes da fundação da Academia.”
Morreu jovem, aos 48 anos, de
tuberculose. Foi casado com Ana Cochrane e foi pai de Augusto Cochrane de Alencar.
Os romances que mais gosto de Jose de
Alencar sao:
1.
Iracema (romance)
2.
Senhora (romance)
3.
A viuvinha (conto)
4.
Luciola (romance)
5.
Diva (romance)
6.
Ubirajara (romance)
Condesso a vocês que não consegui ler O Guarani, mas juro que farei um esforço
para ler um dia!
Para maiores informações podem consultar
os sites:
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.”
José de Alencar
E viva nosso patrono da literatura!!!!
Larissa Brasil
nhaaaa, to adorando conhecer mais sobre os autores! é tão interessante!
ResponderExcluirE acaba deixando esses imortais mais "humanos" kkkkkkk
Tô adorando seu blog! tá me deixando com vontade de ler!! hauha
Vi muita gente reclamando das descrições dele mesmo, mas qd li adorei, devorei "Senhora"!
Quero mais!!
Adorei a forma como vc tá contando a história dos autores, Lari! Tá bem gostoso de ler! ;)
ResponderExcluirAh, num gosto de Alencar não! Hehehe Sei que ele é super importante pra Literatura e tal, mas quando fui ler Iracema e na terceira página ele ainda tava descrevendo a mulher... Putz, desisti! Kkk
Bjs, amiga, e parabéns pelo blog! ^^